23.4.10



Epopéia De Marduk

Mito de si mesmo,
O ser antes do tempo;
Poemas e desertos na
Lua em quarto crescente;

O que contarão de você
Nas lendas que ouvirei?

Já não sei para quem
Escrevo minhas quiméras;

Mostre-me o insano
No absurdo esquecido;
Reveja tua crença provável;

Criamos com zelo;
Destruímos com ira;

Os filhos dos deuses
Serão nossos herdeiros;

Antecessoras de Homero,
Às tábuas hoje perdidas;
Danças ao fogo e vento,
Sem às primeiras razões;

6.4.10



O Arauto

Ofereça-me o que beber,
Em nome do que for;
Não há notícias de paz
Para os nossos filhos;

Posso improvisar sofismas;
Posso não voltar para casa;

Mas no que você acredita,
Mulher entre os faraós?
-À astúcia que mostra-me
Ignora devidas proporções-

Tenho feitos e tragédias
E sei como descrevê-las;

Irreversível, inevitável
O nosso coração pétreo;
Alguém observa o vilarejo
De homens despedaçados;

Um movimento temerário
Desprovido de confiança?
Diga para este mecenas
Não estender-me a mão;

Ainda posso esperar o vento
Capaz de levar este rumor;