21.11.10



Equilíbrio

Tênue e ainda vital,
A linha que define
Complexidades de alma;

Dos gêneros librados,
O eu mais improvável;

Como olhar o espelho
E vê-lo refletido nos
Seus olhos novamente;

Minhas olheiras denigrem
Um escasso brilho:
Porém olhos e espelho
Refletem-se ao incontável;

É o consistir em vontade:
Talvez de vida e morte,
Ou então bem e mal;
Busca-se o que ser aqui;

Trago dois destinos
E deixo um terceiro
Guardado no silencio;

Logo tudo envelhecerá,
Pessoas e estátuas,
Como às ruas do centro...

Em um dos destinos
Que é para o invisível;

13.11.10



Andarilho

Não sei do meu tempo;
Conheço apenas horizontes,
Infinitos e inalcançáveis;

Intrínseca é essa gana,
De algumas léguas de mundo
E toda a poeira nas botas
É só o efeito dos rastros;

Pois o que carrego na mochila
É o caminho de volta pra casa;

Quem sabe a retórica do vento,
Para os tantos vagões europeus;

Onde olhares são metódicos,
Porem os beijos incoerentes;

Bebi cerveja com bárbaros,
Nas estradas rumo ao norte;
Fiz discursos aos lordes,
Com um quê de enólogo;

Sobre a sina dos viajantes?
Sentir e deixar saudades;
Aprender a guardar pra si,
Os seus silêncios de espera;

Vejo o nascer e o por do sol,
Sempre na mesma direção;